terça-feira, 26 de junho de 2012

Sempre Gabriela

Desde que “eu vim para este mundo”, eu assisto novela. Eu sou um noveleiro incurável. De todos os folhetins televisivos que acompanhei, os que mais me marcaram foram O Bem Amado, O Casarão e Gabriela, todos fizeram História na telinha da TV Globo, nos anos 1970. Até hoje possuo os LPs (os saudoso bolachões) e CDs dessas novelas, e tenho também alguns exemplares da revista TV Guia, com fotos históricas de alguns dos nossos maiores artistas.
Estou assistindo os capítulos da nova versão de Gabriela e o que eu mais gostei foi perceber que a Globo manteve parte da belíssima trilha sonora que foi usada na versão original. Quem acompanhou o remake de Pecado Capital deve ter ficado muito triste ao ter que ouvir o Alexandre Pires (argh!) cantando o tema de abertura, que nos anos 70 foi gravado pelo genial Paulinho da Viola. Graças a Deus a burrice não imperou dessa vez e quem está acompanhando a novela está tendo a oportunidade de ouvir novamente "Guitarra Baiana", com Moraes Moreira; "São Jorge dos Ilhués", com Alceu Valença; "Retirada", com Elomar; "Modinha para Gabriela", com Gal Costa; “Porto”, com MPB4; “Filho da Bahia”, com Fafá de Belém; “Caravana”, com Geraldo Azevedo e “Alegre Menina”, com Djavan. Além disso, o elenco foi bem escolhido, apesar de muita gente achar que a atriz Juliana Paes, aos 33 anos, passou da idade para o papel principal. Antonio Fagundes, interpretando Ramiro Bastos (vivido por Paulo Gracindo em 1975) está a cara do Antonio Carlos Magalhães, mas convence como o líder dos coronéis.

E como eu entendo de televisão tanto quanto a Patrícia Kogut entende de desenho, o melhor mesmo é lembrar a edição de uma das revistas mais divertidas já publicadas no Brasil: Klik. Editada pela Ebal, de Adolfo Aizen, a publicação foi para as bancas em 1975, e seguia a linha da consagrada Mad, revista originalmente americana, que no Brasil foi publicada inicialmente pela extinta Vecchi. A diferença, é que a revista da Ebal era 100% escrita e desenhada por brasileiros. Logo na edição de estréia, Klik ofereceu aos leitores uma história em quadrinhos satirizando a novela Gabriela.
Uma das cenas mais divertidas na sátira da revista, e que encerra os quadrinhos, mostra o encontro do Coronel Melk Tavares (Gilberto Martinho) com Jorge Amado. O trabalho do desenhista Roberto Azevedo, que ilustrou os textos de Cláudio Almeida, fez tanto sucesso na época que até Jorge Amado escreveu uma carta a Adolfo Aizen solicitando o envio de cinco exemplares da revista para os arquivos do escritor. Obviamente que Aizen atendeu prontamente o autor de Gabriela.
Para o leitor  ter uma ideia do que circulou na época, selecionei, além da capa da revista, alguns desenhos interessantes que saíram na citada edição.
  

Em tempo: viva Sônia Braga! Apesar de esquecida pela mídia moderninha, a atriz pode ser apreciada no site Youtube com vários momentos da novela Gabriela na versão original, inclusive a cena que ela sobe no telhado para pegar uma pipa. Imperdível!






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